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Conversações, Casualidades e Desenvolvimento Mental
Um perspectiva desenvolvimentista analítica[1]
João Carlos Vaz Furtado[2]
Palavras chave: desenvolvimento mental - processo de individuação – Self – arquétipo – interação – alteridade.

Sinopse: A casualidade do encontro fundamentado na alteridade dá o tom destas conversações, cujo tema central é o desenvolvimento mental. Na própria montagem do texto a ênfase é a busca do diálogo com o leitor, provocando-o à reflexão do nosso cotidiano. Tentamos assim abrir novas conversas em que inclua o desenvolvimento mental, a democracia, a criatividade e a ecologia.

 “ Se a palavra e a conduta não estão em harmonia e não são consequências, não terão efeito.” Pensamento Taoísta

O desenvolvimento mental (individuação) é um processo dialético e construtivista, que valoriza a atitude emancipatória, a interação, a reflexão e o protagonismo das pessoas. Para isso, temos de admitir a dimensão singular do sujeito, sua alteridade e, encorajar a autonomia, a inteligência coletiva, a partilha de significados e sentidos.

Do ponto de vista concetual, parece-nos útil percorrer conceitos desenvolvimentais de psicologia e ligá-los numa perspetiva multidisciplinar e interacionista, nomeadamente a escola psicanalítica (das relações objetais - Klein, do ego - Mahler, do Self - Kohut, e Winnicott), a epistemologia genética (Piaget), o sócio-interacionismo (Vygotsky), a etologia (Lorenz, Tinbergen), a autopoiese (Maturana e Varela) as neurociências (Damásio) e, particularmente, a psicologia analítica desenvolvimentista (Neumann, Fordham, Jacobi, Byington), que em nossa opinião consegue reunir todas estas disciplinaridades. 


Avancemos com quatro conceitos básicos em psicologia analítica que pretendem reunir todas estas disciplinaridades, e utilizá-los na explicação de como se processa o desenvolvimento mental.

O primeiro conceito é o de arquétipo, definido como estruturas psicobiológicas profundas que têm por base as experiências de caráter instintivo (como por exemplo a sexualidade), ligadas diretamente às experiências biológicas primárias na interação com o meio. Os arquétipos fazem parte de nossa herança filogenética, e estão presentes desde sempre na humanidade.

O segundo conceito é o de Self, definido como a potencialidade inata do organismo para estabelecer conexões, interações e diálogos entre circuitos neuronais, orgânicos, relacionais (interpessoais) e mentais (cognitivos e emocionais) que objetiva o desenvolvimento do processo de individuação. O Self coordena as posições arquetípicas cuja finalidade, é teleológica ou prospetiva de autorregulação, adaptação e totalidade: individuação.

A esse processo de transformação arquetípica da personalidade que irá levar a um alto grau de diferenciação do Eu (é isso que provavelmente marca a singularidade de cada sujeito) no coletivo ou social, a diferenciação dos papéis sociais e sexuais e, principalmente, a realização plena do potencial existencial, denomina-se processo de individuação, nosso terceiro conceito básico. O seu desenvolvimento é ativado e atualizado na interação do eu com o meio através das denominadas posições arquetípicas, mediadas principalmente pelos arquétipos parentais e contrassexuais (feminino e masculino).

O quarto conceito é o de interação, o qual utilizaremos recorrentemente apoiando-nos nesta perspetiva desenvolvimentista e multidisciplinar. O seu pressuposto principal, transversal a todas estas abordagens disciplinares, é que não há separação entre sujeito e objeto, cognição e emoção, corpo e mente, eu e outro.
Nesta configuração desenvolvimental estão relacionados alguns fatores:
1º- depende fundamentalmente de uma matriz, simbolicamente que represente a função materna de amor, continência, imaginação, intuição, cuidado, nutrição e proteção.
2º- o desenvolvimento ocorre de forma mais próxima ao corpo, ao sistema neurogetativo e às emoções, como por exemplo, os jogos lúdicos, a imitação e a imaginação. É neste modelo que se estrutura os processos de assimilação e acomodação.
3º- o objeto inicialmente é percebido por partes, e só gradualmente irá se ter a percepção do todo.
4º- o desenvolvimento mental, primeiro, se dá num nível muito concreto da experiência e, a seguir naturalmente compreende-se simbolicamente a reversibilidade dos processos mentais.
A Psicologia Analítica Desenvolvimental e Interdisciplinar
A concetualização inicial freudiana do inconsciente passa aqui a ser redefinida de ‘lugar’ para ‘qualidade’, noutras palavras, representa aquilo que não é integrado à consciência e não pôde ser desenvolvido plenamente. Neste caso poderá ser expresso, por exemplo, pela via ‘inconsciente’ do sintoma, pois, o que não funciona de maneira adaptada e regulada, vai se manifestar pela patologia, numa forma mais regredida (neurovegetativa) e profundamente emocional, devido ao recalque de toda a sua intensidade afetiva. A interpretação é justamente compreender que o sintoma é a manifestação simbólica de uma história, que por sua vez é contada pelo corpo e seus fenómenos. Assim, o corpo passa a ser visto para além da anatomia e fisiologia, mas também como sintoma e significado simbólico.

Jung ao desenvolver o experimento da associação de palavras, concluiu que as falhas nas conexões expressas pelos seus pacientes deviam-se na verdade a interferências emocionais sobre o padrão de resposta. O seu objetivo era provar empiricamente a sua teoria dos complexos, definindo-os como núcleos de ideias, associações e imagens carregados de forte carga afetiva, que por sua vez também se manifestavam no comportamento, interferindo na vida normal, na formação de sintomas e doenças mentais e, mais, o seu núcleo é profundamente emocional. Quanto mais intenso e autónomo for o complexo, maior a sintomatologia e a transformação no organismo total, que pode ser percebido com um mal-estar ou numa sintomatologia mais evidente (Ramos, 2006).

A teoria dos complexos de Jung afastou-se em grande medida da psicanálise de Freud sobretudo a dois princípios epistemológicos: teleológico e o interacionista. No primeiro compreendia que os complexos eram tentativas do organismo em buscar a regulação, afinal há aspectos dissociados da consciência que foram reunidos pela via do sintoma e do sofrimento. A psicoterapia analítica está mais interessada com a finalidade e a ‘intencionalidade’ do sintoma do que somente a sua causa e etiologia. Os complexos seriam manifestações simbólicas criativas regidas pelo arquétipo central (Self), anatomicamente e fisiologicamente presente em nossa herança filogenética. 

Já no segundo pressuposto, Jung descrevia que a influência do psicoterapeuta só existe se for suscetível à mesma, ou seja, o paciente influencia o terapeuta, que por sua vez pode utilizar da contratransferência como “um órgão de informação altamente importante”. Ele defendia uma posição de igualdade na psicoterapia (alteridade), o psicólogo literalmente assume os sofrimentos do seu paciente e divide-os com ele. Este assumir é diferente da empatia. Baseia-se nos modelos terapêuticos das interações mãe - criança, ou na díade terapêutica, ou ainda, no 'casamento analítico'. O 'casamento' terapêutico visa reparar, restaurar ou sintetizar divisões psicológicas.

Na perspetiva analítica o ‘complexo’ é visto com finalidade, regido pelo arquétipo do Self, de forma a buscar a complementaridade, o equilíbrio, a adaptação e o desenvolvimento mental. Ele por sua vez coordena outros arquétipos que também se originam a partir de sua unidade, os parentais (materno e paterno): opostos e complementares. 

Os arquétipos parentais inicialmente dinamizam a interação dos diversos processos mentais, que se bem assimilados resultarão num funcionamento mental mais criativo e saudável expresso pelo arquétipo da contrassexualidade (feminino e masculino), estruturante para o desenvolvimento do processo de individuação.

O arquétipo feminino e/ou masculino opera influenciando sobre o princípio mental predominante de um homem ou de uma mulher, ou seja, como contraparte psicológica contrassexual. São também importantes no metabolismo orgânico, é o caso das hormonas da progesterona e testosterona responsáveis pelas características sexuais predominantemente femininas e masculinas. No cérebro, podemos descrever as diferenças dos hemisférios com analogias ao feminino e masculino. Por exemplo, no lado direito dominante (isto são vias normais de expressão, mas nem sempre o direito é o dominante), temos a lógica, o desenvolvimento verbal, o raciocínio. No esquerdo, não-dominante, temos o recetivo, intuitivo e criativo (Byington, 2017). Tais polaridades também são expressas no comportamento social, e classificadas muitas vezes como masculino e feminino.

Do ponto de vista desenvolvimental, o arquétipo materno precede o paterno. Esta hipótese é validada na psicanálise, na antropologia, nas neurociências e na psicologia analítica. Todas estas ciências demonstram que o feminino é a matriz para o desenvolvimento, seja na relação mãe/bebé, nas culturas matriarcais em que a religião do feminino precede a do masculino, e na neurologia que demonstra que o desenvolvimento mental, depende primariamente mais de aspectos femininos que masculinos, como o corpo, o afeto, a sensibilidade, a intuição, a imaginação, a recetividade.

Na etapa que sucede o desenvolvimento, após a infância, a contrassexualidade começa a ter maior importância para o desenvolvimento mental, culminando geralmente numa relação adulta com um parceiro ou parceira. Já numa etapa mais avançada da idade adulta, em que supostamente já conseguiu concretizar metas como família e trabalho, a contrassexualidade interior, denominada de anima no homem e animus na mulher, passam a ‘dominar a vida interior’. Estas etapas são disposições arquetípicas que têm por finalidade o processo de individuação.

A primeira posição do desenvolvimento será classificada de matriarcal, a segunda de patriarcal, a terceira de alteridade (anima/animus), e a quarta é última de totalidade (união do masculino e feminino). 

O arquétipo materno caracteriza-se por uma interação mais íntima, corporal, vegetativa e concreta. O arquétipo paterno caracteriza-se por uma interação mais discriminada, hierárquica, racional e abstrata. O arquétipo do feminino e masculino caracteriza-se por uma interação de mutualidade, reversibilidade, diálogo, criatividade e igualdade. E por fim, o arquétipo do Self, caracteriza-se por uma interação de totalidade, união e plenitude.

O método de amplificação do símbolo

O método analítico de intervenção psicológica é denominado de amplificação do símbolo’. O objetivo é aumentar o material individual ao nível coletivo, universal e arquetípico, de forma que as potencialidades ao serem amplificadas guiem o processo de evolução da personalidade em direção ao seu potencial de busca da totalidade, denominado de processo de individuação. Neste método os símbolos têm uma função fundamental, pois dinamizam a ação prospectiva na personalidade (Byington, 2004).

Como se verifica, este método está mais interessado em averiguar para onde a vida de uma pessoa a está conduzindo (teleológico) combinado com as presumíveis causas de sua situação. Essa orientação definida por Jung como ‘sintética’, significa que aquilo que emerge do ponto de partida (ponto de urgência) é que têm uma significação primária, ou seja, os fenómenos psicológicos são considerados como se tivessem intenção e propósito, em termos de orientação para um objetivo ou teleológica. Tal método é compatível com o ponto de vista básico dos opostos, que, apesar de separados, tendem constantemente para a síntese ou a procuram. Daí que as abordagens sintéticas e redutivas[3] devem coexistir.

A amplificação dos símbolos permite empregar diversas técnicas que objetivam alargar seus significados, dentre elas a associação livre, análise de sonhos, imaginação ativa (Jung), mitodrama (Laura Freitas)[4], pintura, escultura (Nise da Silveira)[5] , a caixa de areia (Kalff), etc. Tais técnicas visam aprofundar a comunicação na interação, principalmente quando o indivíduo tomar consciência de processos que têm dificuldades de expressar do ponto de vista verbal. Quando isso ocorre, observa-se as tendências presentes no indivíduo, e a seguir incentiva-os:
“a deixar a imaginação trabalhar por conta própria, com interferência mínima do ego. Se o momento escolhido for o correto, segue-se uma fantasia organizada que assume a forma de um sonho, no qual o paciente então aprende a participar como uma das figuras; dessa forma pode desenvolver-se uma dialética entre o ego e as imagens arquetípicas denominada imaginação ativa. O processo é facilitado pela dança, pela pintura e pela escultura em madeira ou argila.” (Fordham, 2001: 13)

Do material produzido, estuda-se uma série de sonhos, cenários, imagens, fantasias e narrativas produzidas individualmente e em grupo, observam-se os temas que se interligam e amplificam-se de modo a chegar ao núcleo central do significado emocional. Como a investigação e o estudo do símbolo desenvolveu-se muito desde o século XIX, como por exemplo o estudo comparativo dos mitos[6], permite-nos utilizar desses conhecimentos como instrumento (interpretação) para operar na mente das pessoas. Assim, mediante a associação livre (não-verbal, pré-verbal e verbal) tenta-se estabelecer o contexto pessoal relativo ao conteúdo manifesto, e através da técnica da amplificação liga-o à símbolos universais e arquetípicos.

A amplificação envolve o uso de paralelismos míticos, históricos e culturais a fim de esclarecer e alargar o conteúdo metafórico do simbolismo manifesto. Jung fala disso como o tecido psicológico em que o símbolo está inserido. Como este processo traça um paralelo entre o material aparentemente pessoal trazido pela pessoa e o conteúdo coletivo, irá poder propiciar o insight e a conexão ao Self.

Algumas dúvidas poderiam suscitar em relação à validade deste método de intervenção, principalmente em pessoas que julgamos apresentarem dificuldades em simbolizar, observados por exemplo nas crianças, nos pacientes muito regredidos e em pessoas com baixa escolaridade. Na verdade, o que sucede é que tal processo está a lidar com formas mais primárias do funcionamento mental, formas simbólicas pré-verbais. Ramos alerta-nos para não confundirmos essa ideia e reduzir o símbolo ao verbal, explica que na ausência de uma representação simbólica abstrata, como é o caso da doença que se expressa no corpo, “o Self manifestaria uma disfunção por meio de uma simbolização mais regressiva, mais primitiva e mais organicista” (Ramos, 2006: 57).

Esse fenómeno deve-se às dificuldades de abstração nas fases iniciais do desenvolvimento, pois o processo de assimilação funciona muito mais de maneira literal, sensorial e perceptiva, confirmado por Piaget ao descrever que nessa fase a experiência imitativa acelera o desenvolvimento. Esse dinamismo, definido por matriarcal, está situado numa relação mais íntima com o outro, dependente do vínculo e da relação afetiva, cuja primazia é a dimensão corporal, mais arcáica e primitiva para vivenciar o outro na mente. Esse modo de inteligência sensorial e perceptiva intensifica a literalidade dos símbolos e restringe sua abstração, daí poder conter grande carga simbólica estruturante:
“Não devemos, pois, reduzir a simbolização exclusivamente à abstração e à consciência. Quando o fazemos, favorecemos uma falsa superioridade do padrão patriarcal em detrimento do matriarcal (…) do ponto de vista da produtividade simbólica na construção da identidade (…) o arquétipo matriarcal é de longe superior ao patriarcal porque a função estruturante da simbiose é muito mais intensa na posição insular.” (Byington, 2003:149)

Desse modo, a manifestação simbólica dos arquétipos, que varia conforme o contexto histórico e cultural que o indivíduo está inserido, acontece desde o seu nível abstrato ao nível concreto:
“O símbolo é o corpo vivo (…). Quanto mais ‘baixas’, isto é, com a aproximação dos sistemas funcionais autônomos, tornam-se gradativamente mais coletivas, a fim de se universalizarem e ao mesmo tempo se extinguirem na materialidade do corpo, isto é, nas substâncias químicas (...). Quanto mais arcaico e ‘mais profundo’, isto é, mais fisiológico o símbolo, tanto mais ele é coletivo e universal, tanto mais material.” (Jung, 2002: 173)

Os símbolos, produções humanas naturais, são ferramentas valiosas nos procedimentos em desenvolvimento mental. São expressos algumas vezes espontaneamente através dos sonhos, por exemplo, e outras vezes através de atuações substitutivas que se transformam em sintomas, que por sua vez, podem levar à alienação, estagnação, à atitude unilateral da personalidade e à doença. O enquadramento analítico e suas técnicas variadas visam justamente facilitar ao indivíduo a compreensão de tais manifestações simbólicas a fim de restabelecer a regulação e a unidade mental, promovendo a sua saúde e a individuação.


Portanto, a amplificação do símbolo é considerado um instrumento terapêutico precioso, pois integra realidades opostas que geralmente se encontram dissociadas. Desse modo, viabiliza a capacidade de tolerar a tensão dos opostos e de sustentar o conflito para que possa ser superado. Tal capacidade gera novas atitudes, perspectivas, soluções e o processo criativo em geral. O ser humano poderá, então, viver de forma mais livre, consciente e criativa (Weinrib, 1993).



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[1] A finalidade deste texto é permitir a reflexão de estudos avançados em psicologia desenvolvimentista analítica na prática do psicólogo inserido no âmbito dos cuidados primários.
[2] Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde. Especialista em Psicologia Analítica. Psicólogo clínico no Aces Alto Ave.
[3] Jung utilizava o conceito ‘redutivo’ para descrever a característica central do método freudiano de desvelar as bases primárias e instintivas
da motivação psicológica. É crítico ao método redutivo unilateral porque o significado teleológico do conteúdo psicológico latente (sintoma, sonho, imagem, ato falho) não é desvendado. Ao relacionar o conteúdo psicológico somente ao passado, seu valor presente para o indivíduo pode se perder. Sua outra objeção é a tendência em simplificar as interpretações, reduzindo-as em termos personalistas.
[4] No ‘mitodrama’ a autora investiga o campo de interação ativado pelo arquétipo do mestre-aprendiz, enriquecido em alguns aspectos por contribuições de Erich Neumann sobre a fase do self corporal.
[5] Nise da Silveira dedicou-se à psiquiatria sem nunca aceitar as formas agressivas de tratamento, como a internação, os eletrochoques, a insulinoterapia e a lobotomia. Em 1952, funda o Museu de Imagens do Inconsciente, um centro de estudo e de pesquisa que reúne obras produzidas nos ateliês de pintura e modelagem
[6]São exemplos as obras de J. J. Bachofen (1815 1887), Walter Otto (1874 1958), Heinrick Zimmer (1890 1943), Karóly Kerényi (1897 1973), Joseph Campbell (1904 1987), Mircea Eliade (1907 1986) e Junito Brandão (1924 1995).


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